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Olho para o céu

Tantas estrelas dizendo da imensidão
Do universo em nós

Caetano Veloso – Céu de Santo Amaro

Nave para base, nave para base! Atenção, vocês me escutam? Preciso contar sobre como as meninas e meninos dos agrupamentos decidiram construir um foguete que os levassem até o céu. É uma história um tanto curiosa, veja bem, para chegar às nuvens pensamos em feijões mágicos, escorregas, aviões e foguetes. Foi um percurso e tanto!

A construção do foguete pelas crianças dos agrupamentos que frequentam a USINA insere-se em um projeto de brincadeiras que permeou nosso cotidiano durante o primeiro semestre de 2017. Às quartas-feiras foram pensadas para a criação de brinquedos: os meninos e meninas maiores os fariam a partir do manuseio da madeira, já as crianças dos agrupamentos iriam construir um brinquedo coletivo.

Em nossa roda de conversa, surgiram muitas ideias sobre o que poderíamos construir: “Vamos fazer um brinquedão com canos?”, diz Maria Clara, já Caio dá a ideia de construirmos um escorrega que dê para o tanque de areia; a estes pensamentos seguem-se muitos outros até que Thalita fala que poderíamos “fazer um escorrega para chegar na nuvem”. Ora, quem não quer ir até o céu? Começamos, então, a pensar sobre como chegar tão alto. Como contei no início do texto, pensamos em feijões mágicos, escorregadores que nos levassem lá para cima, aviões, até que chegamos, enfim, ao foguete.

Como construir este foguete? Ele deveria ser grande, para caber “mais ou menos três ou quatro crianças”, segundo a Mallu, e como o Silvio estava ajudando os maiores com a marcenaria, contamos nossa ideia. Ele nos disse que, ao invés de usarmos madeira, poderíamos construí-lo de papelão. Descobrimos que Cinthia sabia fazer foguetes de papelão e logo a convidamos para se unir nós nesta aventura.

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Cinthia nos ajudando a construir pequenos foguetes

Começamos a pensar no foguete, seus formatos e cores. Construímos primeiro pequenas naves espaciais que nos ajudariam a ter uma ideia sobre o grande brinquedo que iríamos fazer. Além disso, pesquisamos muito sobre foguetes, estrelas, a lua, o sol e os planetas por meio de livros, filmes e uma visita muito especial da Raquel, aluna do segundo ano do ensino médio que é muito sabida neste assunto e quer fazer faculdade de astronomia. Todo este processo nos ajudaria a compreender mais sobre naves espaciais e sobre o universo, enriquecendo ainda mais esta experiência de não apenas construir um foguete, mas estarmos imersos neste contexto.

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Nossa roda de conversa com a Raquel

Depois de muitas pesquisas e conversas, pensamos em como seria este foguete: de papelão, que comportasse pelo menos três ou quatro crianças e que nos ajudasse a ir bem alto. Para isso, precisaríamos de uma estrutura bem forte e com a ajuda do senhor Brasilino, funcionário da escola, demos início à construção do foguete. Ele trouxe aros de metal, ripas de madeira, parafusos e furadeiras e ficamos encantados vendo seu trabalho de dar forma ao nosso tão esperado foguete.

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Sr. Brasilino nos ajudando na construção do grande foguete!

Nestas nossas aventuras espaciais, brincamos muito, exploramos o universo através de diversas linguagens: este foguete é construído brincando, pintando, dançando, trocando experiências e saberes com tantas pessoas. Feito de imaginação e de realidade. De corpo inteiro. E teria como ser de outro jeito? Aqui, com as meninas e meninos dos agrupamentos, algo ficou muito claro: o céu não é o limite.

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Priscila Britto

Outubro de 2017