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Dei um laço no espaço,
Pra pegar um pedaço,
Do universo que podemos ver. [...]

Ei! Hoje eu mando uma abraçaço
Ei! Hoje eu mando uma abraçaço [...]
Ei!

Caetano Veloso

Apertar a mão não pode, beijo não pode, mas mandar um abraçaço para nossa escola pode. Foi assim que driblamos a interdição do encontro comunitário que sempre marcou eventos culturais no CSD. Fizemos do impossível um acontecimento simbólico. Nossa fachada ganhou vida com o gesto subjetivo de alunos, educadores, funcionários e familiares.

Nada de pôsteres chiques com iluminação sofisticada. Nada de ilustrações caricatas infantilizadas para decorar a frente da escola. Nosso recurso ao lambe-lambe é opção pela simplicidade e ao mesmo tempo pela ênfase na substância subjetiva que anima a educação que praticamos.

Distantes, mas juntos, construímos nosso abraçaço. Na montagem, nossas mãos se unem e nossa alegria de fazer parte desse coletivo está lá, exposta para quem quiser admirar.

No muro, feito tatuagem, as imagens nos lembram que nossa forma de conexão com o mundo é a abertura para o outro, o diferente, a diferença – e isso nos mantém. Nosso muro tornou-se abraço. E o abraço nos protege, nos encoraja, nos articula.

De tão saudosos de nossos afetos, e para não perder o tom, cantamos em coro virtual o verso de Chega de Saudade:

[...]
Dentro dos meus braços,
Os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim [...]
Não quero mais esse negócio de você longe de mim [...]

Tom Jobim

Quem ainda não veio, corra para o abraçaço. Nele cabe todo mundo.

Abraços!

Educadores do Colégio São Domingos

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