Hegel, em seu livro Fenomenologia do Espírito, defende que o “verdadeiro é o todo”. Em seu pensamento, a História – com letra maiúscula - acontece como a história do mesmo: a civilização europeia, a humanidade, a razão, a produção do conhecimento, a arte, a filosofia. A totalidade é vista como um fim e um projeto, a racialização e a hierarquização da vida como uma prática. As estratégias modernas e coloniais se organizam com essa lógica. Celebra-se o um e, ao mesmo tempo, tenta-se encobrir e negar as diferentes formas de existência e de organização fora desse espectro. Um ideário de nação, de povo, de educação, de humano. Aqui, temos vários problemas! Qual o humano é posto como modelo? Qual povo? Qual horiz onte de educação?
As manifestações antirracistas ocorridas nas últimas semanas em diversas partes do mundo têm se apresentado como experiências de suspeita em torno destes problemas. Além disso, escancaram fissuras que a historia dos monumentos encobre, e simultaneamente, inventam novos modos de existência nas brechas, ocupadas por experimentos como a zona autônoma de Capitol Hill, na cidade de Seattle (EUA).
O Colégio São Domingos procura construir uma educação que amplie percepções, favoreça a problematização do mundo e implique cada pessoa de nossa comunidade para o estabelecimento e experimentação de distintos modos de vida, guiados a partir das diferenças. Por isso, em nosso exercício prático-reflexivo, convidamos a nossa comunidade para um diálogo com a filósofa Djamila Ribeiro. O tema proposto é esse: “Quebrar a hegemonia: caminhos para se pensar uma educação antirracista”.
A conversa acontecerá no dia 30/06 (terça-feira), às 15h.
Acompanhe no canal do YouTube do CSD.
Djamila Ribeiro é mestra em Filosofia Política pela Universidade Federal de São Paulo. É coordenadora do Selo Sueli Carneiro e da Coleção Feminismos Plurais. É autora dos livros “Lugar de Fala” (Selo Sueli Carneiro/Pólen Livros), “Quem tem medo do Feminismo Negro?” e “Pequeno manual antirracista” (ambos pela Companhia das Letras). É também professora convidada do departamento de jornalismo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Colunista do jornal Folha de S. Paulo e da revista ELLE Brasil, esteve secretária adjunta de Direitos Humanos de São Paulo em 2016. Foi laureada pelo Prêmio Prince Claus de 2019, concedido pelo Reino dos Países Baixos e considerada pela BBC como uma das 100 mulheres mais influentes do mundo.
Arte/convite: Luiza Broc.