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A sombra atravessa fronteiras, invade espaços. É elástica e nos possibilita dar asas à imaginação: salta de um lugar para outro com facilidade e se faz forma e transforma do jeito que quisermos.

Esta foi a temática de discussões nos 3os. e 6os. anos durante as leituras literárias e artísticas sobre o Peter Pan. As crianças trouxeram do próprio repertório situações pessoais ou alheias em que a sombra para o outro nem sempre é algo confortável e sim objeto misterioso, indecifrável. Surgiram  questionamentos em relação a um “eu” desconhecido que se projeta sem se mostrar e dualidades como algo interno ou externo, manifestação da alma ou apenas reflexo?

Foram muitas as dúvidas e relatos incluindo o universo animal, como os cachorros, que segundo eles “brigam com a própria sombra”. Por que Peter Pan tinha tanta necessidade de assegurar sua sombra de volta? Ué... como podemos viver sem a nossa imagem paradoxal, afinal Platão já dizia lá no Mito da Caverna que o mundo real está no mundo das ideias, assim é necessário se descolar, se desprender, mas para chegar à Terra do Nunca precisamos não só de matéria, corpo, mas de luz e penumbra. 

Este foi nosso movimento para buscar fontes de luz e pensar sobre os possíveis jogos entre escuro, claro, o que se revela e o que se esconde, o que anima.

Nesse jogo de luzes, objetos inanimados, elementos da natureza, partes do corpo ganham novos contornos e composições.

Podemos brincar de criar anima por meio das sombras?

Quais luzes capturo?

Em Peter Pan, a sombra do menino perdido é autônoma, animada em si.

O Peter puxou a sombra e fechou a gaveta, esquecendo que a Sininho continuava lá dentro. Tentou voltar a colar a sombra com água, depois com sabão, mas nada funcionava. Estava desesperado quando a Wendy acordou.

Peter Pan, J.M. Barrie

Vamos encarar essas sombras?

Núcleo de Artes - Fundamental I e II

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